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Segundo um estudo realizado em 2006, as intoxicações por monóxido de carbono constituíam a primeira causa de morte das intoxicações acidentais na Europa [1]. Nos Estados Unidos da América, em nove estados, o monóxido de carbono também domina o top cinco de compostos associados a intoxicações [6]. A base de dados Injury Database concluiu que de todas as intoxicações acidentais por gases e vapores, a maior parte deve-se ao monóxido de carbono. [2] Estes dados são a razão pela qual o monóxido de carbono é uma substância com relevância na saúde pública.
Um estudo conduzido pela Organização Mundial de Saúde relata que ocorreram cerca de 140490 mortes em 28 países da Europa entre 1980 e 2008, o que pode ser analisado na Tabela 1. [2] Apesar de se observar uma elevada variabilidade na mortalidade causada pelo monóxido de carbono entre os vários países, as tendências gerais dos dados indicam que as taxas de mortalidade estão a estagnar ou a diminuir devagar para a maioria dos países. [2,7]
Ainda neste mesmo estudo, foi possível concluir que os homens são vítimas mais comuns do que as mulheres (Figura 1) e que a faixa etária com maior número de mortes é entre os 25-64 anos (Figura 2). Contudo, em termos de percentagem relativa dentro de uma faixa etária, os idosos são os que apresentam maior número de mortes por exposição ao monóxido de carbono. [2]
Em relação a outras partes do mundo, o Japão destaca-se com um elevado número de mortes (42339) relacionadas com a exposição ao monóxido de carbono (Figura 3). [2]
Todos estes números, no entanto, não correspondem exatamente à realidade visto que existe uma grande negligência no que diz respeito à reportagem dos casos. [2]
A intoxicação por monóxido de carbono posterior à sua inalação não intencional depende de fatores regionais e sazonais, e verifica-se mais nas seguintes condições:
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No Inverno em que são registados cerca de 50% dos casos; [3,4,5]
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No Outono e Primavera quando os aparelhos que utilizam gás são usados após um período em que não são usados [2];
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Em dias de nevoeiro e sem vento onde há uma redução ou mesmo uma reversão na circulação das aberturas de gás [2].
Tabela 1 - Mortes por monóxido de carbono em vários países da Europa.
Figura 1 - Comparação entre a percentagem de mortes de homens e mulheres associadas ao monóxido de carbono em diferentes países da Europa.
Figura 2 - Comparação entre a percentagem de mortes em diferentes faixas etárias associadas ao monóxido de carbono em vários países da Europa.
Figura 3 - Número de mortes por monóxido de carbono em diferentes partes do mundo.
Referências:
[1] Burette P, Vanmeerbeek M, Boüüaert C, Giet D: Family practitioner and carbon monoxide poisoning. Rev. Med. Liege, 2006, 61(5-6): 285–290
[2] Braubach M, Algoet A, Beaton M, Lauriou S, Héroux ME, Krzyzanowski M: Mortality associated with exposure to carbon monoxide in WHO European Member States. Indoor Air, 2013, 23(2): 115-125
[3] Centers for Disease Control and Prevention (2007) Carbon monoxide–related deaths — United States, 1999–2004, MMWR, 56, 1309–1312.
http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/mm5650a1.htm (acesso 22 de Maio de 2015)
[4] Centers for Disease Control and Prevention (2008) Nonfatal, unintentional, non-firerelated carbon monoxide exposures – United States, 2004–2006, MMWR, 57, 896–899. http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/mm5733a2.htm (acesso 15 de Maio de 2015)
[5] Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Unintentional non-fire-related carbon monoxide exposures--United States, 2001-2003. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2005; 54:36. http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/mm6030a2.htm (acesso 15 de Maio de 2015)
[6] Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Top Five Chemicals Resulting in Injuries from Acute Chemical Incidents — Hazardous Substances Emergency Events Surveillance, Nine States, 1999–2008, Ayana R. Anderson, 2015, 64(SS02);39-46. http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/ss6402a6.htm?s_cid=ss6402a6_e (acesso 15 de Maio de 2015)
[7] Centers for Disease Control and Prevention (CDC), Carbon Monoxide Exposures --- United States, 2000—2009, 2011 / 60(30);1014-1017. http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/mm6030a2.htm (acesso 15 de Maio de 2015)
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