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Comunicação de Risco

A intoxicação por monóxido de carbono é tanto uma causa de morte acidental da antiguidade como é atual e, mais recentemente, emergiu como um método de suicídio em todo o mundo. [1]

O monóxido de carbono é um gás difícil de se sentir, pois é inodoro e incolor, mas quando inalado pode causar perda de consciência súbita e morte, sem que as vítimas se apercebam que ele está a ser produzido e a acumular-se. Este é produzido em combustões incompletas como as que podem ocorrer em motores a gasolina, fogões, lanternas, pela combustão de carvão e madeira, sistemas de aquecimento a gás, e pode acumular-se em espaços fechados ou semifechados.
 
Todas as pessoas e animais estão em risco de envenenamento por monóxido de carbono. Os sintomas mais comuns deste são dores de cabeça e no peito, tonturas, confusão, fraqueza, náuseas e vómitos, [2] que podem facilmente ser confundidos com outras enfermidades (por exemplo constipação ou intoxicação alimentar), [1] e em casos mais graves pode ocorrer perda da consciência e morte. Pode haver também, a longo prazo, sequelas cardíacas e neuronais posteriores a uma intoxicação. [1] Os recém-nascidos, crianças pequenas, idosos e pessoas com doenças cardíacas crónicas, problemas respiratórios ou anemia são grupos de risco devido à sua maior suscetibilidade aos efeitos deste gás. [2]
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O monóxido de carbono pode ser detetado em casa pois estão disponíveis diversos modelos de alarmes relativamente económicos. [2] Deve ser considerada a hipótese de colocar um alarme de monóxido de carbono perto de aparelhos de combustão fixos ou em locais de maior perigo. [1,2]
 
Em caso de se deparar com uma vítima de intoxicação por monóxido de carbono seguir alguns passos podem salvar-lhe a vida:
  • Permita a ventilação do local, abrindo portas e janelas;
  • Desligue todos os aparelhos que possam ser a causa da presença de monóxido de carbono;
  • Retire a vítima do local e leve-a para um sítio ventilado;
  • Contacte o Centro de Informação Antivenenos (Portugal 808 250 143) e siga as instruções dadas. Caso a vítima não se encontre consciente ligue para o 112. [3]
 
A rápida administração de oxigénio é o método mais estabelecido e eficaz para tratar esta condição. [1]
A intoxicação pode ser evitada tomando algumas precauções na instalação, conservação, utilização e verificação de todos os aparelhos que trabalhem com consumo de combustível, como:
  • Fornalhas, aparelhos de aquecimento de água e secadores a gás;
  • Chaminés, de lareiras e condutas;
  • Aquecedores de ambiente a combustível que não sejam ventilados;
  • Automóveis (gases de escape);
  • Etc. (figura 1)
 
Para além disso há algumas situações que deve evitar:
  • Nunca usar para aquecimento da casa um fogão ou um forno a gás;
  • Nunca usar aparelhos portáteis com consumo de combustível dentro de um local fechado ou semifechado;
  • Nunca ligar qualquer aparelho que funcione por combustão dentro de uma estrutura fechada a menos que o equipamento esteja instalado por um profissional e devidamente ventilado;
  • Nunca ligar qualquer aparelho que funcione por combustão junto a uma janela ou porta abertas, se os gases produzidos puderem entrar numa zona fechada;
  • Nunca deixar o motor de um veículo a trabalhar quando estacionado num espaço fechado ou semifechado.
 
 

Figura 1 - Exemplos de zonas de risco numa habitação.

 

Referências:

 

[1] Dubrey S, Chehab O, Ghonim S: Carbon monoxide poisoning: an ancient and frequent cause of accidental death. British Journal of Hospital Medicine, 2015, 76(3)
[2] Ficha informativa sobre o envenenamento por monóxido de carbono. http://www.cdc.gov/co/pt/pdfs/faqs.pdf (acesso 22 de Maio de 2015)
[3] Segurança em casa: Riscos de intoxicação por monóxido de carbono. http://www.lneg.pt/download/4821/Riscos_intoxicacao_monoxido_carbono.pdf (acesso 25 de Maio de 2015)
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